YOGA E RELIGIÃO

Yoga e Religião

A palavra religião vem do latim religare, que tem como significado “união”. A palavra Yoga vem do sânscrito, da raiz Yug, que também significa “união”. A unidade do Ser com o Ser Superior é o significado da palavra religare, e também o da palavra Yoga.

Infelizmente ainda existem teorias de uma suposta ligação entre o Yoga à religião, ao hinduismo ou ao Budismo, porém a prática do Yoga não depende de uma filosofia ou de um credo. Muitas pessoas temem que por praticar Yoga sua fé religiosa possa ser esquecida ou mesmo atrapalhar sua religião. Esse conceito errôneo é fato e surgiram devido a alguns movimentos religiosos como os Hare Krihsna que vieram para o ocidente no século passado.

Entretanto, o Yoga pode aprofundar a fé religiosa das pessoas, seja ela qual for sua religião. Nossas idéias e conceitos transformam com tempo. Distintas civilizações e culturas surgem e se acabam. Transformam os pensamentos, idéias, pontos de vistas e religiões, porém a verdade básica é a mesma.

Segundo Swami Niranjanananda Saraswati, sempre existiu um esforço individual por entender o transcendental e divino. Não importa que nome dê a este processo de compreensão, o processo será o mesmo em qualquer lugar do mundo. Já foram comprovados que antigas culturas no Egito, Grécia, Noruega, Suécia e Dinamarca, tiveram o Yoga como parte de suas religiões. Os índios Norte Americanos e as civilizações indígenas da América do Sul tiveram também o Yoga como parte de sua cultura. A religião dos índios americanos era distinta da que existia no Egito, que por sua vez era diferente das idéias, crenças e conceitos dos países escandinavos, porém as práticas eram similares e em alguns casos eram as mesmas. Isto foi provado pelos descobrimentos de escavações de antigas civilizações, cidades e culturas perdidas. Os arqueólogos descobriram estatuas em posturas tradicionais de Yoga. Na Colômbia foi descoberta estatuas de aproximadamente sete e oito mil anos fazendo clara e inegavelmente posturas de Yoga. Assim através de grandes estudos concluiu-se que apesar das aparentes diferenças filosóficas, ideológicas e religiosas entre as diferentes culturas e civilizações, o esforço para descobrir o Ser era uma atividade e um empenho compartilhado por todos os habitantes da antiguidade.

Seja qual for o motivo, social, político ou da própria natureza o fim dessas civilizações fez desaparecer as práticas do Yoga. Mas, toda essa ciência por algum motivo conservou na Índia, e se fez parte do estilo de vida dos indianos. Comprova-se isso, nos Vedas (escrituras antigas) que existem diferentes tipos de Yoga, Pranayamas (técnicas de respiração) e Asanas (posturas) e sua origem se remota por volta de 5.000 anos a.C.

Então se pergunta: como o Yoga enriquece a vida religiosa ou espiritual de um praticante independente de sua religião? A resposta é a mesma dada a um Cristão, Hindu ou Budista: através do equilíbrio gerado no sistema nervoso e pela calma gerada na mente através das várias técnicas posturais, respiratórias, de relaxamento e de meditação. A herança do Yoga é suficientemente grande para que qualquer um encontre as técnicas corretas que não irão entrar em conflito com seus credos pessoais. Mais do que isso, muitos religiosos encontrarão no Yoga muitas idéias e sentimentos em comum, como a não-violência, a caridade, a devoção, o serviço altruísta, o perdão, o auto-conhecimento, etc.

Necessitamos mais do que nunca cuidarmos do nosso corpo, não somente para manter e evitar certos tipos de doenças “modernas”, mas para cuidar do nosso bem mais precioso que é nosso corpo, pois a vida depende do corpo, e a morte do corpo finaliza a vida. Precisamos não só de qualidade de vida, mas vida com qualidade, e para isso precisamos descobrir a nos mesmos como indivíduos com todos os nossos limites, mas também despertar nossas potencialidades, nossa natureza mais elevada e nosso ser cósmico. Swami Satyananda Saraswati, um grande mestre de Yoga da atualidade afirma que: “O Yoga não é um mito caído no esquecimento. É mais valiosa herança do presente. É uma necessidade essencial para o hoje e a cultura do amanhã”.