E a pandemia chegou. Com ela, o isolamento social e seus
muitos desafios. Você tem respeitado esse isolamento? Goste ou não goste, fique
em casa. Com amor ou com raiva, fique em casa. Seja responsável.
Cuide-se. Não seja um possível transmissor do coronavírus. Se onde
você mora a quarentena ainda não é obrigatória, aguarde. Será.
No mundo, muitos estão proibidos de sair de casa. Proibidos
de andar nas ruas. O isolamento assusta de tantas maneiras. Há pessoas que
detestam ficar sozinhas. Há quem não se lembre mais como é ficar com a família.
Mas tudo é possível com um pouco de esforço.
Apreciemos ficar em casa. Não há para onde ir nem vir. Crie
circunstâncias, valorize momentos importantes de silenciar, de meditar, de
refletir em profundidade. De fazer nada. De ouvir e ver. De apenas estar
presente. Não tenha medo da solidão.
Esse vírus, para o bem ou para o mal, nos apresentou algumas
lições. A principal delas: estamos todos interligados. Sem
fronteiras, sem cores, sem etnias. Ele não discrimina. Por isso, o grande
risco. Pode acontecer com você. Pode ser ele ou ela. Esse pequeno inimigo é
extremamente democrático. Pior ainda, comunitário. Não há ninguém de fora:
todos estão dentro das possibilidades de contágio. Por isso, comporte-se.
Repito: fique em casa.
Deixe o celular de lado. Este é um momento precioso para
repensar quanto tempo dedicamos às telas. Podemos ser atropelados, mas não
largamos nossos amigos virtuais. Na mesa, no banheiro, no escritório, no ônibus
ou metrô, nos táxis, Ubers, aviões, trens e mesmo andando a pé. Acabamos com um
pequeno defeito na cervical de tanto olhar para baixo, para o celular. E por
quê? São tantas notícias, informações, atualizações. E, quando você tenta se
comunicar, as novidades que acabou de descobrir, o outro também já leu.
Que tal desconectar-se? Está preocupado com as notícias
ruins por todos os lados? Por que você está me lendo agora? Você já sabe. Tudo
o que eu possa escrever é passado. Há dados mais recentes que os deste texto
antigo. Antigo, sim. Está sendo escrito hoje, que é ontem do ontem do
anteontem. E tudo está a mudar.
Lembre-se de que nada é fixo ou permanente. Eu e você, as lojas e as ruas, os
pesares e as alegrias. Nada fixo, nada permanente. Perceba. A vida é um fluir
incessante e incontrolável de instantes. Você é capaz de apreciar este momento
mais do que reclamar dele.
Então, ressalto: fique em casa. Não saia. Isole-se fisicamente,
mas não emocionalmente. Superar essa pandemia depende de cada um de nós. Que a
compaixão ilimitada e a sabedoria perfeita sejam nossas duas companheiras.
Que possamos despertar e agradecer. Cada instante da nossa
vida é assim.
Aprecie.
Monja Coen
Nenhum comentário:
Postar um comentário